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IGREJAS HISTÓRICAS



Conheça as Igrejas Seculares da Praia de Mauá-Magé-RJ -Guia de Pacobaíba.





1: Igreja Nossa Senhora da Guia






      A igreja encontra-se numa pequena elevação, com a fachada principal voltada para a Baía de Guanabara.
      Na sua implantação, a igreja se destaca por ser a mais arrojada da região, ocupando quase toda a parte plana do terreno e apoiando-se em muros de contenção.
      A edificação da igreja se situa em fins do século XVII e início do século XVIII. Consta que em 1699 ainda estava em construção. A fachada lateral leste destaca-se pela composição do espaço marcado pelas colunas e escadas.

Exterior:

      A Igreja Nossa Senhora da Guia de Pacobaíba tem um programa mais elaborado que o das capelas da região, composto, além da nave/coro, capela mor, sacristia, torre, de capelas colaterais e alpendre lateral.
      A nave segue as relações de proporção comuns às capelas da região, mas, quanto à capela-mor, suas proporções fogem ao geral, sendo seu volume quase igual do da nave. Conseqüentemente, a sacristia também está desproporcionada em relação à nave da igreja.

Interior:

     As capelas colaterais, exemplo único na região, demonstraram a atuação das irmandades na freguesia e constituem espaços tradicionais na arquitetura religiosa brasileira.
      Seu alpendre lateral, apesar de ter suas origens na tradição de arquitetura religiosa ibérica, pode ser melhor compreendido como herança das fazendas rurais fluminenses dos séculos XVIII e XIX.
     O batistério é um acréscimo, mas inserido de maneira comum na arquitetura religiosa. Considerando-se o programa completo da igreja, com consistório, não é conhecido nenhum partido semelhante na região. No caso da Igreja Nossa Senhora da Guia desenvolveu-se uma escada externa como acesso ao consistório e à torre.
      Quanto ao acesso da torre, é um ponto comum entre a igreja e a capela de São Francisco também como o acesso externo.

Aspectos Decorativos:
      Os altares colaterais se enquadram nas características da segunda metade do século XVIII e início do século XIX. O retábulo do lado esquerdo, mais próximo ao arco cruzeiro, é o que mais se destaca, com predominância das linhas e decoração rococó. Já os outros três sugerem mais o neoclássico. O altar-mor atual é em alvenaria imitando o antigo, em madeira, arruinado na década de 70. Toda a imaginária original da igreja já desapareceu, estando atualmente substituí-a por imagens de gesso.
      A estátua Nossa Senhora da Guia foi roubada na década de 70 e o mobiliário, de mesmo estilo dos altares colaterais, identificado nas fotos de 1946, também não existe mais.

Histórico:

      A igreja foi edificada no lugar de uma capela de taipa de pilão dedicada a Santa Margarida. Os moradores do distrito construíram uma igreja nova quando a capela de um engenho, que existia junto a este local, se arruinou. Como a capela de Santa Margarida também estivesse velha, construíram uma nova igreja em pedra e cal no seu lugar, dedicando-a a Nossa Senhora da Guia. Colocaram no altar-mor o painel pintado com a Imagem de Nossa Senhora da Guia, pertencente ao retábulo da ermida do engenho e, numa capela lateral, a Imagem de Santa Margarida.
     A edificação da igreja se situa em fins do século XV II e início do XVIII.
    Consta que em 1699 ainda estava em construção. É citada no Santuário Mariano, escrito no 1º. quartel do século XVIII. O alvará de 14 de dezembro de 1755 deu-lhe natureza de perpétua.
       As terras da Igreja Nossa Senhora da Guia pertencia à sesmaria (distribuição de terras destinadas à produção) que alcançou Domingos Machado no ano de 1597.


CURIOSIDADES:

     Na igreja, encontra-se em uma das paredes laterais que servem de túmulo a um inocente menino que completou no dia 10 de junho de 2008, 158 de nascimento e no dia 6 de agosto, completará 148 anos de falecimento, um epitáfio que pela singeleza de sua linguagem merecem ser citado:

Tributo de amor paterno.

      Aqui jazem os restos mortais de Frontino Fernando Pereira de Mello, filho legítimo de Antonio Js. de Mello e de Dona Henriqueta Pereira de Mello.
      Nasceu a 10 de junho de 1851 e faleceu a 6 de agosto de 1861.

" Querido filho que vives no gôzo da felicidade
Aceita o grato tributo da minha dor e saudades.
Baixas dos céus um momento
Mitiga minha aflicção
Estava o sangue que verte as fibras do coração.
Até que também ditoso
Contigo me veja um dia
Na posse dessa ventura
No gôzo dessa alegria. "





2: Igreja Nossa Senhora Dos Remédios





      A Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, construída em 1740, está situada numa pequena elevação, com a frente voltada para o sul e litoral da Baia da Guanabara, na localidade de Mauá, 5º Distrito de Magé, e ainda conserva algumas características originais (apesar de modificada) sobressaindo sua silhueta a grande distância na paisagem horizontal dos manguezais.
      Atualmente habitações vêm ocupando os flancos do morro, e começam a interferir na sua visibilidade. Foi tombada provisoriamente pelo INEPAC - Instituto Estadual do Patrimônio Cultural.

Histórico:

     A Capela Nossa Senhora dos Remédios foi uma capela particular edificada em 1740 pelo próspero Fazendeiro Antônio Vidal de Castilho.
       A Igreja de Nossa Senhora dos Remédios foi construída nas terras de Eloy Alonso, que ali se casou. Como era a padroeira de seu lugar de origem, na Espanha, deu nome ao negócio que montou de Areal dos Remédios, que raramente se abria, era temida porque no local se matou uma cobra surucucu enorme;

Situação e Ambiência:
   
     A cobertura foi substituída por laje de concreto e sua inclinação original não foi mantida. O coro e sua escada de acesso foram refeitos em concreto armado. Seu interior foi modificado, só restando o arco cruzeiro original e uma pia em lioz.
     Situa-se no alto de pequena elevação, com frontispício voltado ao sul, para o litoral da Baía de Guanabara, numa implantação comum às demais edificações religiosas do século XVII e XVIII do litoral de Magé. Sua silhueta se insinua a grande distância, sobressaindo-se na paisagem horizontal dos manguezais que hoje vem sendo ocupados por loteamentos urbanos. Os flancos do morro estão sendo ocupados por habitações que interferem na sua visibilidade.
     É marcante o sentido de verticalidade da capela conferido pelas proporções da torre sineira, pelo alto pé-direito da nave e pela marcação dos elementos decorativos – duplos cunhais e coruchéus delgados. Seu programa é o característico das capelas da região – nave única / coro, capela-mor, sacristia e torre – obedecendo as proporções que lhes são peculiares.
     O tratamento de sua fachada principal demonstra uma preocupação formal, valorizada por seu frontão triangular e pela presença de elementos clássicos em sua decoração.




3: Igreja São Fransco de Coroá


      A Igreja data de 1754, também construída no período do ouro. Como todas as igrejas da época que se encontravam próximas ao mar, foi construída com a fachada voltada para a baía de Guanabara.

Situação e Ambiência:

      A cobertura da nave foi alterada com utilização de telhas francesas, usando a mesma inclinação. A cobertura da torre foi refeita em concreto armado. Seu interior sofreu reformas no séc. XX, com piso em ladrilho hidráulicos e o altar é década de 70.
      A capela se volta para sul, situada no pequeno platô de um dos morros de vegetação abundante, que encerram a praia de São Lourenço. A edificação está localizada em posição de dominância sobre toda a área da praia, que vem sendo ocupada por construções recentes até a beira do mar. Seu acesso se dá por um caminho íngreme não pavimentado, a partir de uma encruzilhada onde ainda existem, preservadas, duas construções de passagem de século.
      Capela com influência jesuítica na composição de sua fachada principal. As fachadas principal e leste possuem elementos de gosto clássico que a valorizam – frontão triangular, largos cunhais e simalhas de grandes proporções. 
     A torre sineira tem solução de acesso externo em alvenaria e funciona, juntamente com a sacristia, como contraforte da fachada voltada para o mar e mais castigada pelas intempéries.
     O esquema de planta de nave única / coro, capela-mor, sacristia e torre seguem as proporções das capelas da região, sendo que os reduzidos pés-direitos, principalmente na sacristia, conferem-lhe uma volumetria particular, que faz lembrar construções de épocas anteriores.

Histórico:

      A igreja de São Francisco foi construída numa elevação na Praia de Croará, segundo Pizzaro, por João da Silva Melo, com Provisão de agosto de 1745.



em que se achava construída a capela de São Nicolau. “Talvez pela ruína e decadência em que se achava a capela” ou pela distância do centro mais populoso da freguesia, em 1695, o casal começou a erguer num monte ficando do lado esquerdo do rio Suruí.

A obra da atual Igreja de São Nicolau foi concluída 13 de dezembro de 1710 após falecimento do Sr. Félix. Em 1925, 2012 e 2013, segundo registros da Igreja, algumas obras foram realizadas.


Igreja nossa Senhora da Piedade do Inhomirim


O Rio Inhomirim era uma importante via fluvial da Baixada. Por ele, entraram colonos e se estabeleceram em terras planas e férteis. Segundo Monsenhor Pizarro, visitador pastoral em 1795, por iniciativa dos moradores foi construída uma capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade do Inhomirim, às margens do caminho de Inhomirim. A data da fundação e o nome do doador do terreno não se sabem “em razão da antiguidade deste templo”. Inhomirim significa, em tupi-guarani “campo pequeno”, lembrando que, antes dos portugueses, as terras eram dos índios Tupinambás.

Com o crescimento do povoado, passou a ser necessária a presença constante de um padre. Por isso, em 1677 foi criada a freguesia (distrito paroquial) de Nossa Senhora da Piedade do Inhomirim. O primeiro pároco foi o padre Joaquim Moreira que serviu lá até morrer em 13 de outubro de 1709. A freguesia de Inhomirim era vastíssima. Existiam capelas filiais (comunidades) “serra acima” e “serra abaixo” (hoje Petrópolis e parte de Magé). As capelas na serra, devido à distância da matriz, tinham direito a pia batismal, enquanto as da Baixada realizavam os batizados na matriz de Nossa Senhora da Piedade. Nela,a foi batizado Luiz Alves de Lima, o Duque de Caxias, nascido na freguesia em 25 de agosto de 1803.



Duque de Caxias aos 75 anos em 1878


A freguesia de Inhomirim, com o movimentado porto da Estrela, onde se formara um vistoso arraial com uma capela dedicada a Nossa Senhora da Estrela dos Mares.



 disputava com Iguaçu a hegemonia econômica na região. Quando foi criada a Vila de Iguaçu, em 1833, as elites de Estrela e Inhomirim não aceitaram fazer parte do novo município, gerando intrigas políticas que levaram a extinguir a Vila de Iguaçu em 1835.

No ano de 1846, foi a criada a Vila Estrela, levando consigo as freguesias de Inhomirim e de Pilar. Já em 1891, é extinta a Vila Estrela, e a freguesia de Nossa Senhora do Pilar volta a pertencer à Vila de Iguaçu.


Igreja Nossa Senhora do Pilar 







Logo mais teremos conteúdo sobre nossas Igrejas, e desde-já agradeço por seguir o blog e está acompanhando nossas postagens. um forte abraço!




                               

EDITADO POR: SAMUEL VICTOR MOREN

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