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GUIA DE PACOBAÍBA PRAIA DE MAUÁ RJ 5°DISTRITO (MAUÁ-MAGÉ RJ)



GUIA DE PACOBAÍBA


A ocupação da orla da Baía de Guanabara issoa no município de Magé iniciou-se com as primeiras sesmarias que datam ainda no século XVI. Já em meados do século XVII foram construídas as primeiras igrejas-matrizes das freguesias de Magé, Suruí e Guia de Pacobaíba[carece de fontes].
No século XVIII elas foram reconstruídas, assim como suas capelas filiais, em torno dos quais se agruparam arruamentos. As igrejas e capelas, construídas de uma forma equidistante, constituíam uma rede. Posteriormente, a abertura das primeiras estradas de ferro vieram conferir novamente animação urbana na orla dabaía, preservando sua função de elo entre a cidade do Rio de Janeiro e a região serrana.
                               

  •           ESTAÇÃO DE GUIA DE PACOBAÍBA


     

fonte do vídeo (youtube)
                                        
  •  |HISTORICO DA LINHA: Em 1854, Irineu Evangelista de Souza inaugurou a primeira ferrovia do Brasil, com bitola de 1,676 m, ligando o porto de Mauá, no "fundo" da baía de Guanabara, a Fragoso, estação situada a cerca de 14 km, e ali rodou a Baroneza, a primeira locomotiva a percorrer uma linha no Brasil. A E. F. Mauá foi estendida em 1856 até Raiz da Serra e dali pretendia subir a serra de Petrópolis para alcançar essa cidade, fato que ocorreu apenas 30 anos mais tarde, mas por outra empresa, a E. F. Príncipe do Grão Pará, que acabou por comprar a E. F. Mauá em 1888 e reduzir sua bitola para métrica para acabar com a baldeação em Raiz da Serra. Em 1890, tudo passou a ser propriedade da E. F. Leopoldina. A partir do momento em que esta chegou a Piabetá com sua linha vinda da estação de Barão de Mauá, no Rio, o trecho entre Piabetá e Mauá passou a ser apenas um ramal. Em meados dos anos 60, o tráfego entre essas duas estações foi suprimido e a ferrovia desde então está abandonada. |- | colspan="3" | |- | colspan="3" |A ESTAÇÃO: "Em 30 de abril de 1854 foi solenemente inaugurado o tráfego da 1ª secção dessa estrada, a primeira que se construiu no Brasil e na América do Sul, na extensão de 14,500 km compreendendo as estações de Mauá (porto de mar), Inhomirim e parada provisória do Fragoso. Ao ato da inauguração compareceu Sua Majestade o Imperador D. Pedro II, a quem o Comendador Irineu Evangelista de Souza dirigiu as seguintes palavras, que são valiosas para a documentação histórica da viação férrea brasileira: 'Senhor. A diretoria da Companhia Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis vem render graças a VV.MM. pela honra que se dignaram conferir á estrada, vindo assistir a solenidade de sua inauguração. Vinte meses são apenas contados desde que VV.MM. honraram com as suas augustas presenças o primeiro acampamento dos operários da companhia; coube-me então a distinta honra de depositar nas mãos de V.M. um humilde instrumento de trabalho, do qual V.M. não se desdenhou de fazer uso, como para mostrar aos seus súditos que o trabalho, essa fonte perene da prosperidade pública, era não só digno da sua alta proteção, porém mesmo de tão extraordinária honra! Esse exemplo, Senhor, não foi perdido; ele fez vibrar em nossos corações o entusiasmo, e o entusiasmo é esse sentimento um tanto indefinível, porém que, uma vez despertado em corações generosos, não ha mais sacrifício de que não sejam capazes, mas ha mais obstáculos que não saibam vencer! Hoje dignam-se VV.MM. de vir ver correr a locomotiva veloz, cujo sibilo agudo ecoará nas matas do Brasil - prosperidade e civilização - e marcará sem dúvida uma nova era no país. Seja-me permitido, Imperial Senhor, exprimir nesta ocasião solene um dos mais ardentes anelos do meu coração: esta estrada de ferro que se abre hoje ao trânsito público é apenas o primeiro passo na realização de um pensamento grandioso. Esta estrada, Senhor, não deve parar, e si puder contar com a proteção de V.M. seguramente não parará mais senão quando tiver assentado a. mais espaçosa de suas estações na margem esquerda do Rio das Velhas. Ali se aglomerará para ser transportado ao grande mercado da Corte a enorme massa de produção com que devem concorrer para a riqueza pública os terrenos banhados por essa imensa artéria fluvial, o rio de S. Francisco e os seus inúmeros ACIMA e ABAIXO: No porto da Estrela, o povo desembarcava das barcas e embarcava no trem, que parava alguns metros na frente, em Guia de Pacobaíba, Mauá, na época, e seguia para a serra de Petrópolis. Em 1926, a construção da linha entre o Rio de Janeiro e Magé acabou com a festa. O porto foi abandonado e o cais virou ferrugem (Autores desconhecidos, fotos dos anos 1910 (acima) e 1920 (abaixo)). tributários. É então, Senhor, que a majestosa baía, cujas águas beijam com respeito as praias da capital do Império, verá surgir em seu vasto e abrigado ancoradouro navios sem conta. É então, Senhor, que o Rio de Janeiro será um centro de comércio, industria, riqueza, civilização e força, que nada tenha que invejar a ponto algum do mundo! Uma proteção eficaz aos primeiros passos deste meio de locomoção admirável, que tem contribuído poderosamente para a prosperidade e grandeza de outros povos, fará com que seja uma realidade, e porventura em época não mui distante, esta visão que me preocupa. Dignai-vos, Imperial Senhor, de acolher os ardentes votos que faz a diretoria da companhia que leva a efeito no Brasil a primeira estrada de ferro,ACIMA: Tudo o que sobrou do glamour que existiu até 1926 foi este cais enferrujado que sustentava toda aquela plataforma de embarque e desembarque em trens e barcas, além da estação, uns 50 metros aquém (Autor desconhecido, foto de 2008).pela glória do reinado de Vossa Majestade, pela ventura da augusta família imperial e pela prosperidade da grande Nação, cujos destinos se acham confiados a alta sabedoria e paternal solicitude de Vossa Majestade." Do seguinte modo respondeu o Imperador: 'A diretoria da Estrada de Ferro de Mauá pode estar certa de que não é menor o meu júbilo ao tomar parte no começo de uma empresa que tanto há de animar o comércio, as artes e as indústrias do Império.'" (do livro Resumo Histórico da Leopoldina Railway, de Edmundo Siqueira, 1938) A estação deMauá, a mais antiga do Brasil, foi quem deu o título a Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá. Era o nome do velho porto que ali ficava há incontáveis anos, no "fundo" da baía da Guanabara, na freguesia de Guia, no município de Estrella, mais tarde Magé. Como conta o historiador Jorge Caldeira, a nobreza da época, que não se afinava com Irineu, fazia piadas com o título que veio agraciá-lo: "se é para o Irineu, algo de mau... há". O nome de Companhia Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis citado no discurso acima do futuro Barão de Mauá em 1854 vem do fato de a estrada pretender subir a serra paraPetrópolis - fato que somente aconteceu em 1883, mas por iniciativa da E. F. Príncipe do Grão Pará, que cinco anos depois assumiu a antiga linha de Mauá, e que o serviço realmente começava no porto da estação da Prainha, na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, transportando por barco pela baía os passageiros para a ferrovia, que desembarcavam no porto e subiam no trem. Como a estação de Piabetá foi ligada mais tarde ao Rio de Janeiro por linha férrea da Leopoldina, o transporte pela baía foi sendo cada vez menos utilizado, consequentemente deixando com pouco movimento a estação e o porto de Mauá. Em 1926, "A Leopoldina desativa, em Guia de Pacobaíba, a integração barco-trem na ligação Rio de Janeiro - Petrópolis, que passa a ser efeutada diretamente em trem, após a inauguração da nova estação terminal de Barão de Mauá em São Cristovão, no dia 26 de novembro. A estação de Guia de Pacobaíba passa a ser atendida apenas por trem local. No dia 2 de novembro (de 1926), início da operação da linha do Rosário da Estrada de Ferro Leopoldina com 39 km de extensão, no fundo da baía de Guanabara, entre Rosário e Porto das Caixas, passando por Magé e Visconde de Itaboraí. A nova linha possibilita a ligação direta entre as cidades do Rio de Janeiro e Vitória, desativando a travessia marítima o Rio de Janeiro e Niterói. A linha não foi construída antes devido às dificuldades de construção sobre imensa área alagadiça entre Magé e Visconde de Itaboraí" (Marcelo Almirante). Em 1945, o nome da estação histórica foi alterado para Guia de Pacobaíba, vindo da antiga freguesia. O prédio que hoje ali está não é o mesmo da inauguração em 1854; segundo Eugênio Sciammarella, o prédio atual foi construído em 1896, quando se substituiu o porto de madeira pelo de ferro. Em 19 de dezembro de 1962, o serviço de passageiros no trecho Bongaba-Guia de Pacobaíba foi extinto. A estação e a linha foram abandonadas e, embora tombadas pelo Patrimônio Histórico, permanecem no descaso. "Esta estrada deve ser para os brasileiros uma empresa venerada; ela simboliza o alfa de nossa via-férrea; aí sentiu pela primeira vez o solo da pátria o rodar da locomotiva" (Do livro As Estradas de Ferro no Brasil, do Eng. F. P. Passos, 1879). A estação foi recuperada (pela enésima vez) para as festividades de 30/5/2004, nos 150 anos da ferrovia no Brasil. Um ano depois, em 05/2005, já estava ao Deus-dará. O girador, em janeiro de 2010, estava ali, mas no seu fosso, muito mato, água parada e mosquitos. Em 30 de abril de 2010, novamente a estação foi restaurada e uma locomotiva a vapor colocada como "enfeite". Em setembro, a locomotiva havia sido depredada e removida, assim como os fios elétricos do prédio haviam sido roubados. Em 2013, o aspecto externo estava bem. (Fontes: Eduardo P. Moreira; Marcelo Almirante; Alexandre Fernandes Costa; Alfredo F. Rodrigues; Marc Ferrez; Nicholas Burmann; Tribuna de Petropolis, 2013; Eng. F. P. Passos: As Estradas de Ferro no Brasil, 1879; Revista Refesa, 1974; O Estado de S. Paulo, 2002; Jorge Caldeira: Mauá, Um Estadista no Império, 1995; Edmundo Siqueira: Resumo Histórico da Leopoldina Railway, 1938; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960;
                                       
                                    UM BOM LUGAR PARA VOCÊ PASSAR O SEU FINAL DE SEMANA 

                                            
                                        
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                                                         EDITADO POR; SAMUEL VICTOR MOREN

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