Mauá sempre viveu da pesca. Na época em que o trem partia da praia em direção a Petrópolis, os vagões iam cheios de peixe. Os primeiros sinais de poluição surgiram com a chegada da vizinha Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Segundo Elmyro Theophilo, antigo pescador da região, tinha dias em que o peixe vinha com gosto de óleo. Isso há 30 anos. Depois, o trem parou de funcionar e veio a febre dos mariscos. Todo dia, saíam de sete a oito caminhões carregados com vongoles e mexilhões. Caranguejo também começou a dar dinheiro. Mauá é cercada por mangues. “Foi uma besteira. Acabou com a pesca. É o marisco que traz o peixe”, lamenta Elmyro.
A pá de cal sobre a principal economia de Mauá foi dada há "19" anos, quando 1,3 milhão de litros de óleo vazaram dos tanques da Petrobrás para a baía. “A olho nu não se vê nada, a água renova. Mas na época de maré morta, a superfície fica verde opaca”, conta Tunico, pescador da região. "Eles jogaram uma substância na água que fez o óleo ir parar todo no fundo", completa. Os pescadores são categóricos quando perguntados sobre antes e depois do vazamento: a quantidade e qualidade de peixes e camarões caíram, mas aos poucos a situação melhora.
Em uma reportagem de agosto do jornal O Dia sobre a recuperação dos manguezais da região, os catadores de caranguejo e siri revelaram que os animais que andavam sumidos voltaram a aparecer. Mas não como antes. Arenildo Navega, que pega 200 caranguejos por dia quando antes pegava 500, contou que até hoje não precisa revirar muito a lama para o óleo subir.
Mas nem só de óleo se faz a poluição das águas de Mauá. Há muito lixo em toda a beira-mar. Na mesma praia onde as pessoas se refrescam, baldes velhos chegam pela maré. E o mesmo acontece em toda orla. Segundo a pescadora Ana Maria Coelho Maia, nascida e criada em Mauá, a praia do Anil tem esse nome porque tinha água clara. Mas atualmente é cortada por tubulações de esgoto que levam lama e dejetos para o mar. A água também tem cheiro. Segundo os moradores, o problema se agravou depois do vazamento. “Às vezes dá para sentir o cheiro da praça, que fica a cem metros da praia”, diz Marilda Barros, moradora da cidade.
Curiosamente, Marilda se mudou para Mauá depois que seu filho mais velho, alérgico a quase tudo, curou um corte no pé com a lama do mangue. Faz 20 anos. Desde que passaram a morar lá, ele não sentiu mais nada. Nem mordida de mosquito empola. E há várias outras histórias parecidas, de pessoas que sofriam de asma ou hipertensão e depois que se mudaram para Mauá ficaram curados. Ao saber dos relatos, Araci Lopes, enfermeira-chefe do posto de saúde da cidade, ficou surpresa. “Pelo contrário, por ser uma região úmida e as casas terem muito mofo, ocorrem muitos casos de doenças respiratórias”, disse à equipe do Eco, desconhecendo uma explicação médica para as curas.
Mauá realmente tem seus mistérios. Mesmo com toda a poluição, suas praias ficam lotadas nos fins de semanas. A cidade é considerada um balneário e várias pessoas que moram nas serras próximas mantêm casas de veraneio na região.
A pá de cal sobre a principal economia de Mauá foi dada há "19" anos, quando 1,3 milhão de litros de óleo vazaram dos tanques da Petrobrás para a baía. “A olho nu não se vê nada, a água renova. Mas na época de maré morta, a superfície fica verde opaca”, conta Tunico, pescador da região. "Eles jogaram uma substância na água que fez o óleo ir parar todo no fundo", completa. Os pescadores são categóricos quando perguntados sobre antes e depois do vazamento: a quantidade e qualidade de peixes e camarões caíram, mas aos poucos a situação melhora.
Em uma reportagem de agosto do jornal O Dia sobre a recuperação dos manguezais da região, os catadores de caranguejo e siri revelaram que os animais que andavam sumidos voltaram a aparecer. Mas não como antes. Arenildo Navega, que pega 200 caranguejos por dia quando antes pegava 500, contou que até hoje não precisa revirar muito a lama para o óleo subir.
Mas nem só de óleo se faz a poluição das águas de Mauá. Há muito lixo em toda a beira-mar. Na mesma praia onde as pessoas se refrescam, baldes velhos chegam pela maré. E o mesmo acontece em toda orla. Segundo a pescadora Ana Maria Coelho Maia, nascida e criada em Mauá, a praia do Anil tem esse nome porque tinha água clara. Mas atualmente é cortada por tubulações de esgoto que levam lama e dejetos para o mar. A água também tem cheiro. Segundo os moradores, o problema se agravou depois do vazamento. “Às vezes dá para sentir o cheiro da praça, que fica a cem metros da praia”, diz Marilda Barros, moradora da cidade.
Curiosamente, Marilda se mudou para Mauá depois que seu filho mais velho, alérgico a quase tudo, curou um corte no pé com a lama do mangue. Faz 20 anos. Desde que passaram a morar lá, ele não sentiu mais nada. Nem mordida de mosquito empola. E há várias outras histórias parecidas, de pessoas que sofriam de asma ou hipertensão e depois que se mudaram para Mauá ficaram curados. Ao saber dos relatos, Araci Lopes, enfermeira-chefe do posto de saúde da cidade, ficou surpresa. “Pelo contrário, por ser uma região úmida e as casas terem muito mofo, ocorrem muitos casos de doenças respiratórias”, disse à equipe do Eco, desconhecendo uma explicação médica para as curas.
Mauá realmente tem seus mistérios. Mesmo com toda a poluição, suas praias ficam lotadas nos fins de semanas. A cidade é considerada um balneário e várias pessoas que moram nas serras próximas mantêm casas de veraneio na região.
Pesca é a extração de organismos aquático do meio onde se desenvolveram para diversos fins, alimentação a recreação (pesca recreativa ou pesca desportiva), a ornamental (captura de espécies ornamentais), ou para fins Comestíveis industriais, incluindo o fabrico de rações para o alimento de animais em criação e a produção de substâncias com interesse para a saúde - como o "famoso" óleo de fígado de peixe (especialmente o óleo de fígado de bacalhau).
Esta definição engloba o conceito de aquacultura em que as espécies capturadas são primeiro criadas em instalações apropriadas, como tanques, gaiolas ou viveiros.
As principais espécies exploradas pelas pescas no mundo pertencem aos grupos dos peixes, dos crustáceos e dos moluscos. No entanto, são também cultivados e capturados pelo homem várias espécies de crocodilo s, batráquios (principalmente rãs), mamíferos marinhos(principalmente baleias).
De acordo com "O Estado das Pescarias e da Aquacultura no Mundo", uma publicação da FAO (organização das nações unidas para a alimentação e a agricultura), a produção de pescado no mundo em 2002 foi superior a 94 milhões de toneladas pela atividade extrativa e mais 50 milhões pela aquacultura. Estima-se que o pescado supra atualmente cerca de 16% da proteína consumida pelo Homem. Segundo a agência da ONU para agricultura e alimentação, as exportações alcançaram a marca de US$ 136 mil milhões em 2013; o que reflete o forte crescimento da aquicultura e os altos preços de várias espécies de peixes, como o salmão e o camarão. Nesse ano, pelo cálculo da FAO, a produção global de peixes tanto na pesca quanto em cativeiro atingiu um novo recorde no ano passado, de 160 milhões de toneladas.[1] Desde 1950, a captura de peixes quintuplicou de 18 para 100 milhões de toneladas métricas por ano.Entretanto os números não param de aumentar. As pescas são igualmente um enorme fornecedor de emprego, contribuindo enormemente para a economia mundial.
Pesca e pescarias
As pescas na história
Desde que há memória que a pesca sempre fez parte das culturas humanas, não só como fonte de alimento, mas também como modo de vida, fornecendo identidade a inúmeras comunidades, e como objeto artístico. A bíblia tem várias referências à pesca e o peixe tornou-se um símbolo dos cristãos desde os primeiros tempos.
Uma das atividades com uma história mais longa é o comércio de bacalhau seco entre o norte e o sul da Europa, que começou no tempo dos vikings há mais de 1000 anos.
Segundo os pescadores a Lua exerce influência na pesca, assim podemos classificar as fases da Lua da seguinte forma: lua cheia – ótima para pesca; lua minguante – boa para pesca; lua nova – ótima para pesca e lua crescente – regular para pesca.
Importância econômica
Apesar de ser um alimento de excepcional valor nutritivo, nem sempre o pescado recebe valor proporcional no mercado.
O Brasil, com 5 kg de consumo per capita, não tem valores condizentes com o de um país de sete mil e quinhentos quilômetros de costa e imensas bacias hidrográficas. Para efeito comparativo, o índice anual do Senegal é de 37 kg, o do Canadá de 16 kg e o do Japão de 65 kg.
Métodos
A pesca praticada pelos nativos das Américas
Os americanos consumiam uma grande variedade de peixes e outros animais que habitam as águas do mar, dos rios e dos lagos. Para capturá-los desenvolveram diferentes técnicas empregando utensílios, armas e armadilhas. Os animais eram ingeridos, com ou sem condimentos, assados, cozidos ou mesmo crus e uma diversidade de apetrechos foram desenvolvidos para prepará-los.
Os Rikbaktisa do Mato Grosso teriam todo tipo de peixe e tinham em alta conta ovas de tucunaré que ficavam presas em galhos submersos. Crianças de apenas três anos pescavam peixinhos com seus pequenos arcos e flechas de três pontas. Com a mão aprisionavam peixinhos e os comiam crus.
Os peixes mais apreciados pelos Nukumi do acre eram o cará, bode-sapateiro, cará-açu, piranha-roxa-pequena, traira, pacu, jai, pirarara, aruanã, cascudo, mocinha, bagre, mandi, piramutaba, cachorra, piau, cachimbo, surubim, bode-amarela, braço-de-moça, bodó, casa-velha, curimatã e tucunaré.
Técnicas pesqueiras
Os visitantes europeus ficavam maravilhados ao assistirem os indígenas abatendo tubarões. O comum era pescá-los com laçoou arpao. O que fascinava era verem que, munido apenas de um pedaço de pau pontiagudo, o índio lançava-se ao mar nadando e, quando o tubarão ia abocanhá-lo, ele introduzia o pau na boca do animal que, ao tentar fechá-la, ficava com o pau espetado em suas mandíbulas superior e inferior.
Outra proeza era o índio enfrentar a fera com um pedaço de pau comprido e, ao ser atacado, introduzi-lo na garganta do animal, asfixiando-o. No relato do pirata inglês Anthony Knivet sobre os Goitacase do Rio de Janeiro:
Já os vi pegar grandes tubarões pela cauda e arrastá-los para a praia.
Polvos eram abatidos nos recifes com arco e flecha durante o dia e com auxílio de tochasde fogo à noite, camarões eram pescados no século 16 na Bahia com puçá ou rede e as ostras eram coletadas tanto no mar como nos mangues. Alguns índios ficavam boiando à noite e quando algum peixe passava ao seu alcance ele mergulhava e o agarrava com as mãos. Já os Manchineri do Acre, Bolívia e Peru também pescavam mergulhando e fisgando os peixes embaixo da água.
O método mais eficiente para aprisionar os peixes de água doce era empregando produtos vegetais, como o timbó, cuja casca ou raiz esmagada e jogada na água atordoava e asfixiava os peixes, obrigando-os a virem para a tona d’água, quando eram facilmente capturados. Os peixes podiam ser consumidos sem nenhum risco, mas a água contaminada podia causar diarreias e irritações nos olhos. Em 1560 o Padre José de Anchieta fez uma interessante narrativa sobre o método:
“Apanha-se infinita quantidade de peixes em certo tempo do ano, que os índios chamam pirâiquê (ou perequê), que quer dizer ‘entrada dos peixes’. Acorrem inúmeros de diversas partes do mar e entram pelos esteiros, estreitos e de pouco fundos, para por os ovos. Parece admirável, mas é do consenso de todos e verificado por notória experiência: vê à frente, à tona da água, dez ou doze dos maiores à guisa de exploradores, andam à roda a inspecionar todo o lugar e se lhes acontece algum mal, como adivinhando cilada, voltam atrás para conduzir o cardume a outra parada. Mas, como já está tudo prevenido para que os que entram se lhes não faça mal, se eles acham que tudo está seguro e que o lugar é apropriado, voltam e introduzem inúmera quantidade de peixe pelas estreitas bocas (porque já está todo o sítio cercado, só com uma estreita entrada livre, o que é fácil fazer por ser água de pouco fundo), onde encurralado e embriagado com o suco dum pau que os índios chamam timbó, são apanhados sem trabalho algum, às vezes mais de doze mil peixes grandes.
No entanto, o próprio governo local percebeu à época os impactos de tal método, e em 1591 estabeleceu a Câmara de São Paulo que "ninguém mandasse nem desse timbó no Tamanduateí com pena de quinhentos réis. E em 1626: "que nenhuma pessoa use timbó nem ponha tresmalho em tempo em que o peixe sai a desovar". No entanto, os moradores da cidade continuaram fazendo isso, inclusive usando da armadilha chamada Pari - cerca de taquara estendida de margem a margem -, que chegou a dar seu nome a um bairro de São Paulo.
Os índios Deni, da família linguística Arawá do Amazonas, desenvolveram uma técnica interessante para pescar o peixe piqu. Misturavam farinha de mandioca, larvas de vespa e um tipo de timbó, faziam bolinhos que eram atirados na água e engolidos pelos peixes. Estes ficavam atordoados, iam à tona e eram pegos pelos índios. Índios venezuelanos do no século 18 adotavam técnica semelhante, mas ao invés de farinha de mandioca utilizavam milho cozido e moído. Indígenas do rio Uaupés, da Amazônia, misturavam o sumo do timbó em bolotas de barro e as atiravam na água para que elas afundassem e o veneno atingisse peixes que ficavam no fundo. O mesmo povo adotava outra técnica de pesca que consistia em lançar na água bolotas feitas de folhas e sementes de cunambi, arbusto de folhas largas, piladas e misturadas com farinha, cinza de cana brava, pimenta e jarapá Os peixes que engoliam as bolotas vinham à superfície da água, sendo apanhados.
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